EM 11 ANOS MORRERAM QUASE
200 CRIANÇAS VÍTIMAS DE AFOGAMENTO
POR CADA CRIANÇA QUE
MORREU 2 A 3 FORAM INTERNADAS
Nos últimos 11 anos ocorreram pelo menos 198 afogamentos
com desfecho fatal em crianças e jovens (187 casos mortais, entre 2002 e 2011, de acordo com INE, mais,
11 casos de morte registados na imprensa, em 2012).
Ao contrário do que aconteceu nos 6 anos
anteriores (2005-2010), o número de mortes por afogamento diminuiu para 7 no
último ano para o qual existem dados disponíveis (2011) – bastante abaixo
da média de mortes/ano registada entre 2005 e 2010, 16,5.
Mas as
mortes são apenas uma parte do problema! Para além dos casos fatais verificados nos últimos 11 anos,
existe ainda um número elevado de crianças e jovens que foram internados na
sequência de um afogamento – 447, entre 2002 e 2012. Isto significa que por cada criança que morreu, 2 a 3 foram
internadas em resultado de um afogamento.
A faixa etária dos 0
aos 4 anos continua a ser aquela onde acontecem mais casos de afogamento, e
este tipo de acidente ainda é mais frequente no sexo masculino do que no
feminino.
Numa
análise mais detalhada por tipo de plano de água – ambientes naturais ou construídos,
e considerando a idade das crianças e jovens, verifica-se que os afogamentos com crianças mais novas
tendem a acontecer mais em ambientes construídos (tanques, poços, piscinas) e com
crianças mais velhas em ambientes naturais (praias, rios/ribeiras/lagoas).
Julho, Agosto e Junho são os meses do ano onde se verificam mais casos, mas em
todos os meses há registo de afogamentos.
O Relatório Europeu de Avaliação da Segurança
Infantil, divulgado pela Aliança Europeia de Segurança Infantil em 2012, indica
que Portugal progrediu no nível de segurança na água que oferece às crianças e
jovens que vivem no país. Mas – refere a mesma organização – esta é uma área da
segurança que ainda necessita de uma intervenção significativa, pois numa classificação de 5 (pontuação máxima),
Portugal apenas obteve 2 estrelas.
Em Portugal continua a faltar criar
legislação para a construção e operação de piscinas e uma regulamentação para a
proteção de piscinas e outros planos de água construídos em casas particulares,
condomínios e aldeamentos/complexos residenciais. A estas medidas a adotar
junta-se a necessidade de incluir nos currículos escolares - do ensino básico e
do secundário - a temática da educação sobre segurança na água, bem como, no
âmbito das visitas domiciliárias realizadas pelos profissionais de saúde e
segurança social, medidas igualmente preconizadas no Relatório de Avaliação de
Segurança Infantil Portugal 2012.
Qualquer uma destas medidas já se encontra
prevista no Plano de Ação para a Segurança Infantil (PASI), para além de muitas
outras. Este plano - que engloba várias áreas da Segurança Infantil – ao ser
aprovado e implementado, poderá significar mais segurança na água e
consequentemente a redução do número e da gravidade dos afogamentos em crianças
e jovens em Portugal.
Existe uma norma portuguesa para vedações e
proteção dos acessos de piscinas e outros planos de água (NP 4500 2012)
que, apesar de ser de referência voluntária, pode, a curto e médio prazo,
surtir efeitos práticos na redução da ocorrência de afogamentos. Para tal, é
necessário que projetistas e fabricantes a tenham em consideração no desenho e
construção dos seus projetos e/ou produtos e que os municípios a adotem no
âmbito dos Regulamentos Municipais de Urbanização e Edificação.
Mais de 80%
dos casos de afogamento podem ser prevenidos. O afogamento é responsável por meio milhão de mortos
por ano em todo o mundo, continuando a ser a
2ª causa de morte acidental nas crianças, ultrapassada apenas, pelos
acidentes rodoviários (Unicef, 2001). Todos os anos na Europa morrem 5.000
crianças e jovens até aos 19 anos vítimas de afogamento (OMS, 2008). Está na mão do governo, das autarquias, das
escolas, das entidades que organizam atividades recreativas e das famílias a
resolução do problema.
A MORTE POR
AFOGAMENTO É RÁPIDA E SILENCIOSA. NÃO DEIXE A TRAGÉDIA VIR AO DE CIMA!
Desde 2003, 1º ano em que a APSI lançou a
Campanha Segurança na Água - A Morte por Afogamento é Rápida e Silenciosa
que o número de mortes e internamentos com crianças e jovens na sequência de um
afogamento diminuiu. A APSI não tem dúvidas que o “acordar” para o problema e a
disseminação da mensagem de como estes acidentes, tantas vezes fatais, podem
ser evitados, contribuiu de forma muito significativa para alterar esta
realidade.
É por esta razão que, este ano, a Campanha de
Segurança na Água regressa mais uma vez, pelo 11º ano consecutivo (embora de
uma forma mais “modesta”).
Apesar de todos os esforços feitos pela APSI,
a edição de 2013 da Campanha Segurança na Água não conta com o apoio de nenhum
patrocinador e, por esse motivo, não contemplará a produção dos materiais de
informação habituais – folhetos, postais e pacotes de açúcar com dicas de
segurança, cartazes, mupis e outdoors.
Assim, a divulgação da informação acontecerá,
sobretudo, através do facebook da APSI – www.facebook.com/apsi.org.pt
e do blogue apsisegurancainfantil.blogspot.pt,
plataformas nas quais vai ser dinamizada uma semana especial dedicada ao tema
“Segurança na Água” com dicas de segurança e desafios para todas as idades.
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