sexta-feira, 19 de julho de 2013

Campanha Segurança na Água 2013 - Recomendações


 
Recomendações para o Governo
 
1. Traçar uma estratégia global para a prevenção do afogamento com crianças e jovens

O PASI, Plano de Ação para a Segurança Infantil, inicialmente coordenado pela APSI e, desde Maio de 2009, sob a coordenação oficial do Alto Comissariado da Saúde, e atualmente pela Direção-Geral da Saúde, já integra algumas das medidas necessárias e pode ser a resposta a esta recomendação, quando aprovado e implementado. De facto, contempla a atuação na área da segurança na água em 3 das suas áreas prioritárias de intervenção: Sistema de Informação Integrado, Segurança nos Espaços de Turismo e Lazer e Acidentes dos 0 aos 4 anos em ambiente doméstico/familiar.

2. Promover com urgência a sistematização e coordenação da informação estatística e melhorar a recolha e tratamento de dados e sua disseminação. Só assim, a real dimensão da situação nacional sobre esta problemática (análise das faixas etárias, tipo de meio aquático envolvido, lesões, tratamentos hospitalares, custos económicos, etc.) poderá ser conhecida e poder-se-ão definir estratégias direcionadas e eficazes. O segredo estatístico dificulta a caracterização do problema, a definição das áreas prioritárias de intervenção e a evolução da mortalidade por faixas etárias.

3. Publicar, atualizar e rever a legislação relacionada com piscinas, poços, tanques, banhistas e campos de férias.

4. Promover a implementação de um programa de visitas domiciliárias a famílias com crianças que inclua a educação para a saúde e avaliação de risco do ambiente doméstico na perspetiva da prevenção de afogamentos (detetar poços, tanques, piscinas sem proteção; verificar a zona de lavagem de roupas, etc.).

5. Apoiar o desenvolvimento de iniciativas nacionais e locais de sensibilização da população e formação de profissionais na área da prevenção de afogamentos e segurança na água de forma coordenada e sob a orientação do PASI (campanhas, seminários, ações de formação).

6. Incluir a formação em primeiros socorros nos currículos escolares do ensino obrigatório, nomeadamente ao nível do 3º ciclo do ensino básico.

7. Introduzir nos currículos escolares uma vertente de educação sobre segurança em meio aquático, nomeadamente aulas de natação.

 

Recomendações para os organismos do poder local (municípios, serviços locais de saúde, educação e segurança social, turismo)  


1. Realizar o levantamento de todas as piscinas, poços e tanques e outros planos de água existentes a nível local (distrital, municipal).

2. No caso dos planos de água que possam constituir risco para a saúde pública, informar e fornecer apoio técnico aos proprietários de modo a que possam protegê-los eficazmente e verificar que as recomendações são cumpridas.

3. Desenvolver programas de intervenção integrados adaptados às realidades locais e/ou planos concelhios para a segurança na água (incluídos nos Planos de Diretores Municipais).

4. Incluir nos planos de ordenamento dos diferentes planos de água medidas de prevenção de acidentes associados ao meio aquático.

4. Promover ações de esclarecimento abertas à população em geral e sessões de educação para a segurança da criança na água incluídas nas visitas domiciliárias, consultas de saúde infantil e nos estabelecimentos educativos.

5. Disponibilizar informação sobre a segurança da criança na água a todas as famílias residentes, turistas e profissionais.

6. Divulgar boas práticas de gestão e funcionamento para gestores e operadores de serviços e atividades recreativas relacionadas com o meio aquático e promover a sua implementação.

 

Recomendações para as escolas, campos de férias, atividades de tempos livres


 1. Fazer o levantamento e avaliação de risco das condições existentes no local habitual de realização das atividades e nas redondezas.

2. Fazer o reconhecimento prévio de locais desconhecidos onde vão ser realizadas atividades com crianças, avaliando o risco associado à existência de locais com água, suas características e necessidade de medidas complementares de proteção.

3. Adotar boas práticas de gestão e funcionamento nos serviços e atividades recreativas relacionadas com o meio aquático.

4. Adaptar o número de adultos com responsabilidade de supervisão ao número e idade das crianças, assim como, ao tipo de atividade e meio aquático.

5. Garantir que todos estes adultos sabem nadar e intervir em caso de acidente (formação em suporte básico de vida) e que têm os meios necessários para prestar um socorro rápido.

6. Informar os nadadores-salvadores e/ou as autoridades locais sobre o número de crianças e atividades que vão ser realizadas e local exato onde vão estar, assim como, horário.

7. Garantir que as crianças utilizam os auxiliares de flutuação adequados à atividade e ambiente aquático onde se encontram.

 

Recomendações para as famílias


 1. Manter uma vigilância ativa e permanente sempre que as crianças estejam a tomar banho, a brincar na água ou perto de locais com água (banheira, piscinas insufláveis, piscinas, poços, tanques, lagos, albufeiras, praia).

2. Verificar o ambiente físico do dia a dia da criança e fazer as alterações necessárias para reduzir o risco de afogamento - casa de banho, zona de lavagem de roupa, ...

3. Vedar piscinas e proteger/cobrir poços e tanques.

4. Escolher locais vigiados para tomar banho e nadar (praias, rios, piscinas).

5. Colocar sempre braçadeiras às crianças que não sabem nadar bem quando estão a nadar ou a brincar perto de águas calmas, translúcidas e pouco profundas. Estas devem ter preferencialmente duas câmaras-de-ar independentes em forma de anel à volta do braço e cumprir a norma de segurança respetiva.

6. Na prática de desportos náuticos, ou passeios de barco, em águas agitadas ou turvas, colocar a todas as crianças, independentemente da sua idade, coletes salva-vidas adaptados ao seu peso (não podem ser insufláveis).

7. Tirar um curso de suporte básico de vida.

8. Ensinar às crianças, à medida que vão crescendo e de forma adaptada à sua idade e fase de desenvolvimento, comportamentos seguros na água explicando os riscos (não mergulhar em locais onde se desconhece a profundidade; nadar apenas quando estiver um adulto presente e em locais vigiados; se alguém estiver em dificuldades, ligar o 112; não entrar na água para tentar salvar sem o devido equipamento de socorro; etc.).

9. Ser mais responsável, crítico e exigente: denunciar práticas perigosas, solicitar apoio técnico da autarquia ou outros serviços, verificar as condições das atividades/locais em que as suas crianças participam (idas á praia com escola, festas de anos, desportos aquáticos), participar nas reuniões de pais e/ou nas assembleias de freguesia  e outras formas de intervenção na comunidade.

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